Não é sobre fotografia, é sobre herança familiar.
Em agosto fui a Belo Horizonte para fotografar a família da Mari, Tiago e do Francisco. O que não esperava era que seria um documento familiar de 4 gerações.
Como bom mineiro que sou sei que somos bons de garfo, e eles não fizeram feio, pude ver a bisa do Francisco com 85 anos em plena forma, tomar a frente do almoço e ninguém se atrevia a encostar para fazer a massa.
A chef do nosso almoço foi a bisa do Francisco de 85 anos, sempre com seu vinho do lado.
Os primeiros contatos com a família que deseja ter esse tipo de registro sem direção, sem pose, sem make é sempre deixado claro que eles não precisam preparar nada para o dia que vou passar com eles, as coisas acontecem naturalmente. E raramente tenho a possibilidade de fazer um registro documental com 4 gerações.
Essa sem dúvida é a foto que mais representa o que foi esse dia, as 4 gerações em uma única foto. A Mari se acabando de comer a massa da avó, sim, lembro como se fosse agora ela falando, nuuuuuu, nem precisa de molho, a massa pura está delícia demais.
Quando fui editar as fotos, escolher as fotos para a pós produção eu comecei a perceber que era muito mais que um registro familiar, era um documento de gerações, que poder tem esse registro. Imagina o valor de tudo isso daqui alguns anos. E não apenas para o Francisco, mas para a Mari ter momentos tão particulares com a avó.
A família é boa de boca mesmo, no final do dia fomos jantar na casa do avó do Francisco e dessa vez foi o avô que fez uma receita que já está algumas gerações na família, o "Passatini", lógico que podemos ver que isso já está sendo passado para a mais nova geração da família.
Esse tipo de registro ganha ainda mais força quando ele vai para o papel, e hoje recebi os livros desse dia que passamos juntos, me senti tão feliz ao olhar cada foto e relembrar do poder que a fotografia tem, lembrei das risadas de um dia tão feliz, de como o pai da Mari pegava no pé da avó (ela bem que gostava). De como o Tiago gostava de apurrinhar a sogra.
Não foi um registro apenas para o Francisco, mas sim para toda família, um dia. Eu sempre digo que não é preciso determinar dia e horário para que se tenha um registro fotográfico, estamos falando de um dia normal em almoço com a família.
Os livros foram feitos pela Viacolor nesse caso um 30x30 com capa em madeira gravada a laser e lombada e parte traseira em courino, e um réplica no tamanho 20x20 todo em courino com gravações a laser e também um estojo em madeira com gravação a laser e courino.
A tipografia das capas foi feita pela design Jack Ramos. Na tipografia da capa tem 4 corações, cada um representa uma geração da família.
Confira o slide com as fotos desse dia tão incrível que agora está devidamente finalizado na melhor forma de se ver fotografia no papel.
